Friday, March 16, 2007


também gostava das obras com um ar de partitura de musica contemporânea do Jorge Pinheiro. A patern painting estava no ar. Não me envergonho do «primitismo» das minhas obras da altura (que não me abandona) - a musica minimalista e a obcessão ritmica pareciam coisas que contrariavam o ar demasiado pretencioso da arte que ainda se denominava (não sei se provincianamente) de vanguarda. O Pedro Portugal dizia que a arte de vanguarda era feia ou «não lhe dizia nada» - é em finais de 81, ou inicios de 82 que conheço o Xana, the most portuguese pop-patern painter. Vou continuar a dizer e a repetir - as formas, com a sua energia geradora de memórias e representações - é anterior e mais forte que o bluff dos conceitos. O caracter de bluff da arte conceptual, que em Portugal foi tímida e lirica, parecia-me òbvio, se bem que houvesse nalgumas das suas práticas algo de autêntico. Kosuth parecia-me um filósofo de terceira, e ainda hoje acho um pastel ilegível os escritos dos Art & Language. O que não quer dizer que muitas das suas reflexões não sejam acertadas. O artista não deve ser o seu merceeiro - se bem que se tenha convertido num empresário manhoso. O artista deve ser o seu melhor crítico e curator - os outros são parasitas.

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