Wednesday, March 14, 2007

neo-geo


nos anos 80 a geometria livrou-se do seu esforço canónico e mostrou ostensivamente a sua relação com as questões políticas/pop: a arquitectura em Gerhard Merz, o mobiliario em Armleder, etc., etc. - as tendências neo-geo oscilaram entre o lúdico e a retórica dos imperativos do espírito. Ambos os lados são verdadeiros. O mundo em que vivemos é mais geométrico e «metafísico» do que nos apercebemos (o heideggarzinhos de tasca!) - o mundo à nossa volta é verdadeiramente excitante, mesmo nos seus aspectos «em construção» (ver Cabrita Reis), ou degradados (via Robert Smithson). Mas a tirânica mãe natureza é mais fantástica do que as cidades idealizadas por Mondrian, ou os bairros sociais dos discipulos de Corbusier. Um urbanismo pornoecologico ainda vai a tempo de des-suburbizar os suburbios, transformar o ruído ambiental, apalaçar ainda mais as cidades, e ajardinar o mundo numa estratégia anti-condominio de luxo. É certo que estas hipóteses soam a parvoíce.


A neo-geo deu uma frivolidade legitima à geometria. Acho que podemos sentir o latejar canónico sem deixarmos de ser profundamente frívolos.

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